Ninguém ontem veio até mim
E tão só quanto eu
Sentou-se ao meu lado para conversar.
Porém ninguém ontem nada podia dizer.
Talvez, como eu, estava tão refocilado na lama,
Que sua voz sumira devido à tristeza tão lúbrica.
Ninguém se faz meu sósia.
Ambigüidade desesperada de olhos diáfanos e solitários,
Permanência tipicamente nua,
Porém vestida de verdades compridas
Ninguém se finge de morto
Sua voz transparente,
Em mim só vem a acrescentar
Uma nova versão líquida
Ninguém me consola
Por isso a amizade escancarada na testa
Eu não consolo ninguém
Por isso somos unha e carne
Enquanto ninguém me ouvir
ResponderExcluirSerei único
No entanto sempre ninguém
Ninguém me ouve
E esse me olha do espelho
Sujo, ninguém me vê
Mal falado, ninguém me olha
Mas ouço o reflexo
Ninguém me quer
E sou sempre desejado
Sinto que ninguém me escolhe
Sou todo pior
Ninguém como eu
Em mim mesmo só
Ninguém tem dó.
E ele ainda espera...
ResponderExcluirOlá, gostei aqui do teu espaço. Belo poema, escreves bem.
ResponderExcluirabraço