segunda-feira, 19 de abril de 2010

Falta-me Lua

Eu queria postar algo, porém não estou conseguindo. Nada me vem à cabeça, nada sequer passa do lado de fora. Falta-me lua. Falta-me muita lua mesmo. Eu até tenho escrito alguma coisa, mas não sinto muita vontade de postá-lo Pra falar a verdade, é um único texto que percorre pela minha cabeça há uns seis meses, uma seqüência de acontecimentos que vão se seguindo, que vão criando uma lógica pelo menos pra mim... Não que eu tenha medo de postar, pois ainda tenho tanta maluquice, tanta doideira, tanta sexualidade, tantas coisas que ainda não aconteceram pra relatar que ainda não me sinto pronto totalmente... Não que tudo que eu escreva seja verídico, pois não é. Hoje andei relendo tudo desde a primeira página, tem tantas coisas pra consertar, são tantas frases que quero mudar, tantas ideais que acabaram antes da hora. Fora a revisão que enche a porra do meu saco... Eu juro que não sei o que fazer realmente com essa montoeira de papel. Tem texto pra tudo quanto é lado; tem salvo no computador, tem escrito a mão no caderno do Mickey, tem escrito na parede do meu quarto, fora os pendurados no mural e os que eu escrevi no armário do meu quarto. Tem tanta coisa dentro de mim que eu necessito esvaziar... Digo que isso, nada mais é que minha súplica diária. Não que eu escreva bem, pois sei que não escrevo. E muito menos que o texto seja bom... Pois não é! Hoje eu juntei todo esse texto e vou levar para o Sérgio dar uma olhada, uma sugestão, uma crítica, um puxão de orelha. Ele que quis ler... tá fudido. Comprei até uma porra de um fichário. Amanhã vai ser um dia de muitas cervejas, e muita discussão.

“O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê”!

Florbela Espanca

4 comentários:

  1. Também tenho papéis para todo lado, e na parede de meu quarto, ao redor de um retrato de um desconhecido que eu mesmo fiz diz: "Em reforma. breve: The Go through machine!". Sede a todo o momento é isso que passamos por viver no deserto; deserto feito de piche.
    Mas acho sempre uma boa continuar escrevendo...
    Gosto de ver seus fragmentos por aqui. Abraço!

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  2. As luas que faltam, a gente inventa. A inspiração, a gente caça. O resto, a gente esquece...

    Estar abarrotado de emoções 'iscrivinhadas' é ótimo, vejo como uma válvula de escape por onde despejamos aquilo tudo que não falamos nunca, ou que não falamos o suficiente pra deixar passar. Só não se pode esquecer que maior que tudo que se escreve, é o mundo, e ele está aí pronto pra ser escrito ao vivo e à cores. Viva suas historias, não só as escreva.

    E não mexa tanto nos textos que passou, vira e mexe também releio os meus rabiscos, o que hoje me parece sem sentido ou 'mal feito' guardo com carinho, pq sei que quando escrevi foi o que eu precisava dizer, foi o melhor que pude naquele dia...

    abraços, Gui! =)
    Te cuida, e não deixe de falar aqui... ;D

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  3. Não digo essência, por não acreditar nela, pela futura cientista social que sou. Mas os escritores, sejam eles bons ou nem tanto, têm algo em comum, algo de desorganização, de sentir falta, de necessitar da escrita que me encanta da cabeça aos pés. As histórias nascem nas cabeças de uma forma que nem sempre podem ser tão bem externadas, e isso me faz sentir o ar escasso.
    A lua é uma ótima mensageira, inspiradora...engraçado isso...vai ver é porque temos todos algo de lunáticos. Bom não viver de pés no chão.

    Por fim, venho aqui torcendo pra que as palavras que lhe faltam possam brotar...pois é delicioso ler você, você me traz boas experiências quando venho aqui...

    Grande beijo, Guilherme.


    P.S.: A revisão costuma encher meu saco, também.

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  4. Ei, Gui!

    Sorte do Sérgio por ter o prazer de ler-te!

    Engraçado, até "sem lua" você encanta!

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