Para as mulheres
Alice é uma pessoa de idealizações, cheia delas. Mesmo sendo tão transparente, sua vida se resume a palavras... É um conjunto de palavras em formato itálico, mesmo tombando, mesmo caindo pra direita, seguram-se, equilibram-se, sem jamais cair. Ela nunca pensa em desistir de si, mesmo sendo assim, se vê culpada em todo tipo de situação, e se martiriza por isso. Carinho, amor, doce e arredio. Se manifesta dessa forma, é a junção dessas quatro palavras; assim em itálico, sempre tombando pra direita. Suas idealizações, seus sonhos, são basicamente iguais a de qualquer pessoa. No final das contas Alice é a descrição perfeita, é a própria personificação do sonho. Jamais cai, ela só não gosta de sempre ter que recomeçar. Mergulha de cabeça quando se interessa por algo, e se culpa quando as situações se diferem dos seus sonhos. Ela gosta do prático, do simples; mas adora complicar tudo. Coloca seus questionamentos, e seus pontos de vista em situações que não merecem tal complicação. Gosta é da intensidade e de viver tudo como se fosse o último dia. Adora ouvir, adora conversar, só não aceita as críticas alheias. Ama a música, vive sempre dentro de uma canção, vive permanentemente na freqüência de sua imaturidade, dentro do seu jeito de eterna menina.
No início de nossa relação, eu achei que ela se parecia muito comigo, mas acabei notando que nossos valores se diferem, não de uma forma prejudicial; longe disso. Mas vejo Alice em cores, cores essas muito fortes e muito intensas. Quando sinto seu cheiro, penso que estou em um jardim, com flores amarelas, vermelhas e roxas. Vejo abelhas, em seus banhos de néctar, sinto as folhas das árvores com sua leveza caindo, caindo, caindo, mergulhando sem resistência sobre o meu abraço. Alice procura a felicidade como quem procura a própria vida. Perde seu tempo procurando, se perdendo dentro de suas idéias. Ela faz de si mesma uma moradia de tantos outros casos; morde e absorve os impactos, e consente, consente e se entrega com um sorriso. Sua armadilha é seduzir, seu sonho é permanecer, intacta, inviolável; até quando lhe for conveniente trocar a permanência por seu sinônimo.
Tem textos que eu leio e penso com meus botões:
ResponderExcluir"Porra! Esse texto podia ter sido escrito por mim, se eu tivesse algum talento..."
Esse texto é um desses, só mudando o nome.
Eu dedicaria seu post à minha "Alice", com sua permissão, pois sei que ela também frequenta o seu blog.
Abços
Me senti presenteada com esse texto. 'Para as mulheres'.
ResponderExcluirLindo conto, lindos nomes, linda Alice!
Quase me apaixono por ela por tanta beleza, cor, mistério e perfeita imperfeição com que foi descrita. Um jeito mulher de ser, força e delicadeza numa mesma dança, um bailado simultâneo de idas e vindas.
Me identifiquei muito com a parte de gostar do prático, e complicar tudo. E só percebo quando compliquei..
abraços, Gui!
Ameei o post.. acho que é um dos teus escritos mais lindos que li.. *-*
Oi, Guilherme.. tranquilo?
ResponderExcluirA Alice descrita aqui muito me lembra da Alice da música de Tom Waits; que apesar de ela ser tudo para o cara,ele percebe que se patinar por duas vezes que seja sobre o gelo fino daquela garota, pode se afogar na água gelada que fica sob o parque, onde os patins soletram 'Alice'... *"Carinho, amor, doce e arredio".
Muito bom poder ler seu diário.! Um abraço, e té mais!
"Ela gosta do prático, do simples; mas adora complicar tudo."
ResponderExcluirVejo-me nesses versos... rs
É lindo, Guilherme!
Beijos
Ow!
ResponderExcluircara, quando eu crescer quero escrever igual a você!
muito bom mesmo...
acho que vc me descreveu nessas linhas...
me encontrei em suas palavras...
parabens!
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Passando para agradecer a sua visita no Blog Ítala, volte sempre, as portas da casa estarão abertas ^^
BjOs
Boa semana.
É o é das mulheres...rs
ResponderExcluirLindo.
Precisa dizer o quanto?