memórias de um homem esquecido
Fiquei pensando, gélido, com uma estátua de São Petersburgo, parecia que meu sangue havia engrossado, e todo movimento que exercia tinha suas conseqüências, dores abdominais rondavam-me, uma tromba d’água parecia mergulha-me num subterfúgio, eu estava me sentindo mais inútil que um Sudro. Estava irrequieto, a madrugada passava lenta, tão lenta como o veneno mais cruel e aparentemente tudo isso iria circular por horas intermináveis. Abri uma garrafa de uísque e fiquei embriagando-me, era o único ato que parecia ser coerente com o que eu estava pressentindo, eu tomava longas doses, enchia minha boca toda, sentia o álcool corroer o céu de dentes e engolia, literalmente, tudo de uma única vez. Era a única coisa que me fazia sentir mais quente. Era o cobertor mais quente que eu poderia conseguir.
Muito bom o teu blog, parabéns!
ResponderExcluirÁs vezes nos embriagar é a forma mais calorosa de esqueçer tudo. Muito bom !
ResponderExcluirestou seguindo e gostaria que voce seguisse meu blog tambem.
um grande abraço Gulherme !
é vero o alcool em nosso corpo se manifesta de várias formas, mais doses, sim nos queremos mais doses a nos embriagar por entre veias de esquecimento, e se somos inúteis?, e dai? bebamos mais para sermos mais ainda, como dizia pessoa: eu não quero ser nada... e por ai nós vamos tentando ser sem ser, só mesmo sendo...abs, cervejinha gelada hj! demorou!
ResponderExcluirEmbriagar-se, este é um ato de total humanidade, e é esta toda a humanidade destes textos. O que embriaga os sentidos, espreme, de qualquer peito aberto para descobertas, o óbvio sentimento de nada ser.
ResponderExcluirErgue-se o copo antes do corpo!
Maravilha! Boa semana e bons copos!
Muito bom Canedo meu chapa!
ResponderExcluirComo Pessoa foi citado ai em cima, (e como já conversamos sobre minha predileção pelo presente concebido por Dionísio, o vinho), lembrei de uma que cai como uma luva...
“Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas.
Por sobre a alma o adejar inútil do que não foi, nem pôde, e é tudo.
“Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.” (Fernando Pessoa)
Abraços amigo!