domingo, 21 de novembro de 2010

Todo embrulhado em algodão

Eu queria saber como são aquelas notas devorando meus tímpanos, beber do sopro que me eleva e nunca esquecer o beijo que me alimenta. Às vezes, enquanto ando pelas ruas, penso em como seria se esses meus casos não tivessem morrido de morte prematura. Como eu seria hoje? Como agiria? De repente, me lembro que vivo a plenitude dos meus vinte quatro anos e que pensar, agora, não é o que mais tenho feito na minha longa estrada. Mesmo desfrutando de tudo que um homem pode ter, eu sei que sinto um medo muito grande, como se existisse um grande câncer devorando-me por dentro. Cada vez que os segundos mergulham no passado me vejo ainda mais vestido desse medo. Acho que quero abraçar o mundo sem encostar a borda no meu peito. Quero ter tudo e ao mesmo tempo mantê-lo afastado de mim. Ultimamente, tenho pensando mais em mim do que em qualquer coisa, não que eu esteja priorizando apenas o “eu”, mas tenho pensado que sentir-se vivo é o que de mais importante tenho.

6 comentários:

  1. E com certeza é o mais importante mesmo, pois só estando vivo pra criar a própria sorte e viver independente do que os outros falam.

    bjs

    http://cristiane-machado.blogspot.com/

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  2. Sentir-se vivo é a essência da criação, não é mesmo? Adorei.

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  3. Sim, grande reflexão a sua!
    a vida nem sempre nos faz bem armados contra os exércitos do Tempo!

    grande dádiva é estar vivo no meio deste caos contínuo!

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  4. "Às vezes, enquanto ando pelas ruas, penso em como seria se esses meus casos não tivessem morrido de morte prematura."

    Como as nossas escolhas são poderosas, não? Como somos cada vez mais responsáveis por nós, e temos consciência disso. O que é bom, e doloroso.

    "que pensar, agora, não é o que mais tenho feito na minha longa estrada."

    Quando a gente se depara com essas situações é hora de parar, é... E pensar. Olhou pra trás e pra frente?

    E qual o problema no priorizar o eu? Não acha que seria bom tbm?

    Esse post foi de um abismo que nos perdemos nele. Você jorrou nele companheiro. E isso é ótimo!

    É sempre boa a sua visita, assim como a minha passagem aqui é sempre agradável! E sejamos com uns Pessoa diria. Ele também se doía como nós.

    Abraços!

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  5. Que título foda! Todos os dias eu me sinto embrulhado em algodão; eu só não sabia disso!

    vou pô-lo responsável por meus títulos.abs.

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  6. "[...]quero abraçar o mundo sem encostar a borda no meu peito.[...]"

    [...]
    [...]

    Como isso ressoa aqui amargo, apertado, feito fruta passada já. como uma vida de margens. sei.

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