Passando por ruas desertas, caminhos tão ocos quando um coração solitário, o céu compenetrado derrama seu cetim de afazeres. Todo o espaço do mundo estava ao meu lado, e nesse todo, nesse tudo, era onde queria passar minhas horas de desespero, de felicidade, de sabor, uma mística que falava sobre união, sobre manter-se compenetrado, como uma pápula, como uma semente que germina e prontamente se suicida. Eu estava amando tudo aquilo. O cheiro do seu cabelo, o toque em sua pele macia, o deletério não conjugado. Seus olhos me cercam, me matam; olhos que arrancam os tijolos da minha base e me deixam desmoronar numa frouxidão de nervos, em veias que de tão esticadas se desmancham como farelo de pão. Os ventos falsificados que torneiam os nossos corpos descrevem a necessidade que temos de nos manter estáveis nos duzentos graus, de conjugarmos na loucura, na redundância dos nossos movimentos descompassados. Eu amo estar por baixo e passar as minhas mãos por entre as montanhas esperando que tudo, que tudo, que tudo se arruíne e venha abaixo como um vulcão.
"Eu amo estar por baixo e passar as minhas mãos por entre as montanhas esperando que tudo, que tudo, que tudo se arruíne e venha abaixo como um vulcão."
ResponderExcluirQue inveja eu tenho da sua cara de pau hehehe no "bom" sentido, claro!
Às vezes você é sutil no que escreve... só ás vezes. Cara eu me identifico demais com isso tudo aqui.
Grande abraço!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"Seus olhos me cercam, me matam; olhos que arrancam os tijolos da minha base e me deixam desmoronar numa frouxidão de nervos, em veias que de tão esticadas se desmancham como farelo de pão. " "Eu amo estar por baixo e passar as minhas mãos por entre as montanhas esperando que tudo, que tudo, que tudo se arruíne e venha abaixo como um vulcão."
ResponderExcluirUOOOOOO,que lindo, cara!
Senti vontade de ter escrito isto!
Putz,muito sutil, gostei demais,
li umas 5 vezes,hahah.
Beijo