quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Todo embrulhado em cobertura de açúcar

Hoje eu posso dizer que olho todos de cima, estou tão alto, mas tão alto que o décimo primeiro andar é o mais próximo dos dedos dos meus pés. Poderia simplesmente jogar todo meu peso abaixo, ser puxado pela gravidade, apagar tão profundamente que não estranharia se me confundissem com uma lâmpada queimada. Estou cego. Sou o primeiro cego que consegue enxergar e sou tão surdo quanto uma pedra no fundo do mar mais fundo. Tudo parece constante, constantemente correto, constantemente incorreto, e nessa confusão do é ou não, prefiro pensar no foda-se, sim no foda-se... Tudo o que eu quero é esparramar-me no vento, sentir o que arbitrariamente é distinto hoje pra mim. Quando se alcança qualquer coisa tudo o que se tem a fazer é segura-la pelos braços, oportunidades como essas são raras quando se leva toda uma vida no pecado, na indecência, na imoralidade de não se reconhecer numa poça de chuva em plena quarta-feira. Quando caminho trajando minhas imperfeições e seu sorriso me acompanha logo largo minhas armas. Eu me desarmei por completo e essa sensação de sentir-se livre é uma das coisas que mais prezo. Sinto-me melhor do que a grande maioria das pessoas, eu arriscaria dizer que estou feliz... Felicidade, felicidade. Soa bonito quando se diz em momentos certos. Felicidade.

2 comentários:

  1. Putz, Guilherme!! tuas palavras emocionam. a gravidade do corpo, a gravidade indócil das palavras, das plantas atiradas de cima. do vento que escorre no rosto e leva, leve, lava, o que é preciso e mais. e esse gosto certo de palavra funda como isso que se chama de felicidade. sejamos, sempre.

    Abraços, abraços.

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  2. Começa em suicídio em termina em felicidade. Uma boa dualidade. A aspecto de nossa felicidade realmente está perto do real? Acho que só é feliz aquele que nunca conheceu a felicidade, porque conhecer só dado aos distraídos. abraços e bom fds!

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