sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quando ela me beija...

        Dentro do ar existem vozes, voando, vagando notas desconhecidas ao pé dos meus ouvidos. Talvez nem sejam tão desconhecidas assim, apenas esquecidas tamanha à vontade por uma única. Todas as outras soam baixas e imperceptíveis pra mim, e isso não é auto-suficiência, pois pra isso eu deveria ser sozinho e nas reais circunstâncias não tenho me sentido. Tenho o zumbido que caminha ao meu lado configurado sua canções antropofágicas, e isso me faz querer esquecer o mundo, e o mundo não é nada se não existe tais corpos-cancionais... Essas são as cordas que quero pestanejar, fazer o acorde saudoso da gaita e dos abraços no luzir da lua cheia. E essa canção me salva da selvageria, me salva da correria de uma cidade tão grande como meu umbigo. Escutar tal voz me faz querer dar um passo após outro, e assim me fazer correr tão decidido ao seu encontro. Porém, o encontro nunca é feito por uma única pessoa... O meu bem, raramente aparecia, raramente me dava uma chance de penetrar de cabeça em sua vida. Eu estava amando essa mulher, essa mulher que não poderia ter um nome, pessoas assim não precisam de nome; são preciosidades e um nome é o que de menos valioso se pode ter.

Carlos Posada e o Clã da pá virada

Um comentário:

  1. Deixar sentir a música. Deixar ocultar o amor.
    Escutar. Ocultar. Transcender... um nome... o que há de errado em não dize-lo? em desdize-lo?

    esse som é foda. abs meu amigo!

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