quarta-feira, 27 de maio de 2009

A porta da percepção de William Blake



Eu perdido com meus passos. Afásico, perante tudo aquilo, pois não sabia o que seria de mim naquele momento. O medo enraizou, brotou, floresceu, germinou, dentro de mim. Mas minha confiança e responsabilidade gritavam pra que eu continuasse em frente.
A luz é forte, ela queima a minha vista, seu calor é confortante, seu luzir é acolhedor. Meus olhos são os elos entre meu espírito e o mundo. A cada passo, a cada instante, a cada segundo restante de um feixe de vida, você considera um momento especial. Um momento seu que ninguém pode se atrever a roubar.
O sorriso embaraçoso, um adeus precoce, um pensamento, uma vida deixada pra trás, um abanar de adeus aos meus amores. A luz me devora com sua mesquinhez e pressa. Eu saí, por entre a porta. Eu não sei onde eu estou. Minha vista está branca pela intensidade da luz que corrompeu meus olhos. Segurei-me ao vão da porta. O cara com cabelos de cobre encosta no meu ombro. Ouço gritos...

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