domingo, 22 de março de 2009

Natureza morta com Absinto

Aguardando o julgamento dos meus pensamentos. Esperando este júri se desenvolver e me condenar... Vou estar ainda mais longe dos seus cabelos pretos, insolúveis, penteados a sua maneira.
Meu corpo esfarelado, perdido pelo labirinto da minha mente, consequentemente, continua a viajar com o vento, entrando pela sua janela solitária. O tempo nunca foi um grande amigo meu, mas sempre me deveu favores... faça uma nevasca, um frio intenso, congele o coração de minha amada, pois quando eu chegar quero que seu coração só pense em mim.
Eu estou desesperadamente mudado, não vejo resquícios meus. Amorfo, como as obras de Van Gogh. Talvez eu já estivesse morto antes de nascer! Meus cigarros sucumbiram na alta solidão que me contempla, a dor dos meus braços é o desejo não realizado de estrangular o mal em mim.
Nos meus indecorosos momentos de vergonha esverdeada, me transporto para um mundo meu, sendo inteiramente nu, onde a ressonância de minha vida se despedaça, deixando tudo e todos.
O meu momento a cada manhã é como um espelho, vejo a face boa de um caro geminiano se decompor a cada palavra suspirada, cuspida e engendrada dentro de um surto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário