À noite sento, olho ao redor, no
meu eixo de quimeras e enganos ao vento, ao frio, ao relento. Não sou bem
vindo, apenas observado com olhos e veias tão esticadas. O que faz de mim ruim e
pecaminoso? Sim, posso imaginar... Minhas verdades tão subliminares, sem importância
a olhos tão certos de si. Mentiras então, por que não? Seja como for, eu me
desarmei há muito tempo. Se lhes disser a verdade serei vilão, se lhes disser
mentiras serei expulso do meu próprio eixo, e se fizer o certo serei o herói
mais triste do mundo. Tristeza não me parece o mais correto, o mais lúdico dos
afazeres. Pois bem, matem-me da maneira mais cruel, talvez mereça mesmo ser
cortado, fatiado; porém jamais me engula, porque vão ter uma azia insuportável.
Sei, e muito bem por sinal, que não sou o mais simples dos seres humanos e nem
o mais fácil de lidar sobre qualquer coisa. Infelizmente, tenho a resposta de
tudo, mesmo que soe como uma grande idiotice. Como me diz o Leandro pro Sérgio:
Você quer porfiar com uma faca, logo, com um samurai. Dessa forma nada posso ser
se não isso, um cancro no coração de quem me ama!
Muito bom.
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