segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Frestas e Arestas

Acordei como sempre às 7 horas, eu arriscaria dormir uns quinze minutinhos além do que de costume, mas com aquele despertador dos infernos que não para nunca de martelar é impossível prever uma vitória. Sim, eu sou fraco e me rendo ao lado mais infeliz da invenção humana. Inclinei-me rapidamente numa certa angulação, que como um bom aluno de física que sou, diria que meu corpo alcançou cravados quarenta e cinco graus. Não há nada pior do que isso quando se está completamente de ressaca, a cabeça dói, os olhos lacrimejam e os ouvidos parecem entupidos, sendo tudo o que você consegue fazer é declinar, vagarosamente, ajustando na parte mais confortável do travesseiro a sua cabeça. Nesses momentos de negação tudo o que você pensa é: - Por que eu fui sair ontem? E não existe nada pior do que você ir contra a sua vontade, ou seja, eu não queria nenhum pouco sair, estava cansado, com sono e com uma determinação ansiosa de finalizar a minha tese sobre a teoria do caos. 

 O culpado disso foi o Francisco Casa Nova, meu amigão, que estuda história na mesma universidade que eu. Esses alunos de história só pensam e ejaculam provérbios, suas filosofias, e suas debandadas carregam o mundo todo com suas lábias frescas e convincentes. Eu disse que não queria, mas aquele jeito solto e encantador de me dizer que existem prazeres maiores do que os da física acabaram me levando a um pub. Realmente estava um pouco perturbado de sonhar com as equações trajando biquínis na praia de Copacabana.

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