domingo, 28 de março de 2010

Verde limão

Sobre as minhas costas
Carrego o céu e um tanto do inferno.
Dentro das idéias perdidas, feito água escura,
Cometo suicídio sem ao menos me ver

Nos delírios que não sei admitir
Transformo-te em quimera.
Contraste de preto em fundo preto
De dois olhos se apagando

Espremo-te
Feito limão verde
Tiro o suco de ti, desviriginando-te
Como quem está morrendo pela seca

Então assim enveneno-me
Então assim morro...
Pela vontade própria
De um desejo que se quer impróprio

O corpo mole como uma boneca de pano
Desfalecendo-se dos miolos
Da mente,
E de um entulho de coisas que não sei explicar...

Sobre o mar
Sobre o mal
Sobre o sexo
E sobre mim

2 comentários:

  1. Existem vários entulhos inexplicáveis, creio eu, e se tratando das coisas mais importantes de nossas vidas...

    por quê será que temos essa necessidade tão grande de entender o mundo? Saber o futuro? Explicar tudo? Uma brincadeira sem graça de tentar ser Deus, talvez.

    Sede de conhecimento, que só se sacia com o famoso 'deixar a vida levar', simplesmente aceitar tudo q nos acontece sem tentar nomear as coisas...

    talvez assim, haja mais brilho!

    Abraços, Gui.. lindo poema!
    Só não cometa suicídio pra eu continuar a lê-lo, ok?

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  2. Confesso que suas reflexões me mostraram algo bem além do que já refleti sobre cada coisa que diz em seu poema. Te desejo bons fluidos. e boa sorte. até mais!

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