terça-feira, 30 de março de 2010

A tão sonhada bicicleta

Eu permanecia assim: confuso, delirante, morto, vivo, estacionado, subversivo, eloqüente, incapaz, enclausurado, libertino, ultrapassado, transfigurado...! Enquanto definhava-me em adjetivos, Viviane começou acariciar o meu rosto, sossegando o meu espírito arredio. Ela tem esse poder sobre mim, de acalmar-me. Seus olhos líquidos são penetrantes, são confortantes... Fiquei olhando pra ela, diretamente nos seus olhos castanhos, olhava-a diretamente no berço da sua alma. Viviane é doce, é madura, e segura de si, é a mulher que eu procurava nos meus dias, nas minhas noites delirantes e febris. A mulher que eu sonhava na frente do espelho, a mulher que me fazia mais homem no sentido de reinventar-me cada vez melhor, cada vez mais sadio, cada vez com menos palavras. Beijei-lhe o rosto, como se deixasse um pedaço meu ali, como se me despedisse...

Um comentário:

  1. Que lindo! Queria achar alguém assim, aquele alguém do fundo do espelho...

    muito lindo mesmo, Gui!
    beijocas!

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