quinta-feira, 2 de abril de 2009

Doce no meio das exclamações

Hoje meus sentidos se alternavam, como se fossem fulminantes ao meu coração desolado, meus pensamentos vão vazando, pingando e a cada gota perdida vai se esculpindo a nobre mulher de um livro.
As minhas horas perdidas e cheias de contrassenso acabam quando retorno a leitura dela. É tão simples cair e se levantar quando uma inspiração matutina de alegria invade e te arrebenta.
O amorfo de antes se reconstrói a cada linha de uma história, que eu não enxergo um prazo de validade fixo. Pode ser que hoje chova, que as lágrimas de solidão daquela mulher caia aqui no meu quintal e molhem as flores do jardim da minha casa.
É fácil voltar e ter certeza que a linha, não a da história, junte as nossas vozes em uma só, continuando assim qualquer conto. Castanhos como os meus, é assim que vemos o mundo distante de nossas vidas e com a cor que nos foi dada nos olhos, construímos a realidade que nos foi concebida.
Longe daqui eu tenho um porto, onde eu posso me esvaziar e então respirar o belo sorriso dessa mulher tantas e tantas vezes até me embriagar. Mesmo que uma amnésia repentina se aposse do meu corpo, que confunda ainda mais os labirintos indecifráveis da minha mente... hoje, eu sei que em qualquer prateleira eu vou encontrar vestígios dela. Uma obra que vamos construindo e revigorando como nas canções de nossos artistas preferidos.